As últimas duas semanas o mundo dos jogos eletrônicos, pelo menos lá fora, vem se agitando de uma forma tal qual quando aconteceu o Gamergate, em 2015. Desta vez envolvendo uma empresa de consultoria conhecida como Sweet Baby Inc.
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O que é a Sweet Baby Inc.
Segue um texto extraído e traduzido diretamente do site deles:
Fundada em 2018, a Sweet Baby Inc. é um estúdio de desenvolvimento e consultoria narrativa sediado em Montreal e trabalhando ao redor do mundo. Nossa missão é contar histórias melhores e mais empáticas enquanto diversificamos e enriquecemos a indústria de videogames. Nosso objetivo é tornar os jogos mais envolventes, mais divertidos, mais significativos e mais inclusivos para todos.
O que isto significa nos pormenores. A empresa é um estúdio de consultoria no qual você contrata e mostra o estado da narrativa do seu jogo. Eles vão lá, analisam o mesmo e repassam dicas do que precisa “melhorar” de acordo com a visão deles.
Este estúdio trabalha no empenho para que as narrativas dos jogos nos quais são envolvidos tenham uma melhora devida na narrativa e representatividade. E é aqui que entra a grande questão. O quão envolvidos esta empresa esteve em alguns títulos, como:
- Alan Wake II;
- Spider-man 2;
- God of War: Ragnarok.
O número era muito maior, mas o site, atualmente, retirou vários jogos nos quais estão envolvidos por conta da atual controvérsia que temos no mercado de jogos eletrônicos. E qual seria ela?
De como a Sweet Baby Inc manipulou a narrativa de diversos títulos, alguns conhecidos, outros nem tanto, colocando a favor apenas o seu ponto de vista para agradar alguns grupos em particular.
E qual é o problema?
A empresa em questão está focada em melhorar a narrativa dos jogos. Vamos discutir seu envolvimento em dois jogos, Spider-Man 2 e Alan Wake 2.
Já se perguntou por que Spider-Man 2 apresenta uma história em que você joga como uma garota surda criando poemas de grafite de autores BIPOC? É graças à Sweet Baby Inc.
E em Alan Wake 2, um personagem jogável foi trocado de raça por uma agente do FBI, apenas para então entregar diálogos ao nível de The Room para nos dizer o quão empoderada ela é. Novamente, é mérito da Sweet Baby Inc.
Parece que a Sweet Baby Inc. não está no negócio de criar narrativas envolventes, mas sim de proteger os desenvolvedores do ativismo online e impulsionar suas pontuações ESG. Eles até oferecem consultorias especiais, como “leitura sensível”.
Este é o grande afã da questão. Literalmente a empresa é contratada para marcar uma pontuação neste esquema de ESG. E o que vem a ser essa “Sigla”?
ESG refere-se a critérios ambientais, sociais e de governança (Environmental, Social, Governance, em inglês). Esses critérios são utilizados por investidores, empresas e outras partes interessadas para avaliar o desempenho e o impacto das empresas em áreas como sustentabilidade ambiental, práticas sociais, diversidade, equidade e governança corporativa responsável.
Resumidamente, como manipular que o seu produto vá de encontro com algumas ideias capitulares de certos elementos ou grupos da sociedade só para ganhar pontos sociais, provavelmente, relevantes e, no final, ter um ganho financeiro.
E o que isto representa para os jogos?
Para os jogos eletrônicos, representa a possibilidade de criar uma narrativa a partir de um ponto de vista social que será manipulada para se tornar sensível o suficiente para um determinado grupo.
Torna-se algo adornado com graça e livre de qualquer transgressão social – não necessariamente apenas para um grupo – tornando-o insípido, insosso, inodoro e entediante às vezes.
Um exemplo de como uma narrativa, ao seguir um viés político, seja de esquerda ou de direita, pode acabar por destruir completamente o jogo, temos o exemplo mais recente em Suicide Squad: Kill the Justice League, um título completamente controverso em sua história e que pode ser o catalisador para o declínio da Rocksteady, o estúdio por trás da série Batman Arkham, que foi um sucesso estrondoso na década passada.
É claro que isso não necessariamente tem um envolvimento direto da Sweet Baby Inc. no estado atual dos videogames e de seus jogos lançados. Como pode ser visto, eles trabalharam apenas como consultores em alguns títulos e não em todos que seguem essa linha, pelo menos de acordo com o site, ou será que não?
Aqui entra a curadoria Steam
A Sweet Baby Inc, com o seu compromisso de promover a diversidade e inclusão pode ter sido levado longe demais ao ponto de causar um gigantesco desagrado para boa parte do público consumidor e, por conseguinte, fazer com este grupo ficasse insatisfeito com o envolvimento da empresa no meio gamer.
Essa insatisfação levou à criação de uma página pública de Curador no Steam, intitulada Sweet Baby Inc Detected, criada por um brasileiro. O objetivo dessa página é informar os consumidores sobre os jogos na plataforma que contaram com o envolvimento da Sweet Baby Inc., marcando-os como ‘Não Recomendado’. Para embasar suas alegações, a página apresenta evidências, incluindo capturas de tela do site e das redes sociais da Sweet Baby Inc.
E neste curador do Steam, a lista de títulos nos quais a empresa trabalhou é bem maior do que a mostrada no site da Sweet Baby, o que é, deveras, bem estranho. Pois para muitas empresas, quanto mais títulos elas trabalham e expõem elas na sua lista, melhor cotada a empresa se torna.
Vamos aos jogos?
- Assassins Creed Valhalla;
- Gotham Knights;
- South of Midnight;
- Goodbye Volcano High;
- Tales of Kenzera;
- Afterlove EP;
- Kingdom Eighties.
Por conta deste curador, as pessoas que trabalham na empresa Sweet Baby começaram uma caçada pessoal contra o usuário que criou o curador, ao ponto que um deles pediu para que as pessoas denunciassem o perfil do criador para que este perdesse a sua conta Steam!
Isto é uma completa desproporcionalidade rancorosa, pois, até onde eu sei, como dito acima, quanto mais jogos na sua carteira de clientes, maiores são as chances de serem contratados por outras empresas, pois isto mostra competência e seriedade no trabalho que executam, a não ser que…
A forma do trabalho
A grande questão é que a forma como os jogos ocidentais, mais precisamente os norte-americanos, estão sendo produzidos e como seus roteiros estão sendo criados, pode estar causando a possibilidade de um novo colapso, desta vez criativo, no mercado de jogos.
Isso é facilmente comparável quando vemos jogos orientais, principalmente os japoneses, entregando elementos esdrúxulos, às vezes sem lógica, como sempre aconteceu nas histórias nipônicas, e esses títulos vendem milhões de unidades em poucos dias, enquanto a produção ocidental leva meses para alcançar o mesmo montante.
São raras as exceções de jogos com foco narrativo que não se curvam às preteridas intenções de empresas como a Sweet Baby Inc. e que conseguem alcançar milhões de unidades vendidas, sejam esses títulos de empresas independentes ou de grandes estúdios.
Censura não dá!
Mas o pior de tudo é que, se alguém discorda dos jogos considerados diversificados, pode ser censurado ou até mesmo cancelado. Censurar alguém por sua opinião pode ser desastroso!
É importante notar que muitas empresas se envolvem socialmente, mas priorizam o lucro internamente, o que é comum no mundo dos negócios.
Por fim, apresento a lista de clientes da Sweet Baby Inc. Então, verifique se os jogos que você gosta tiveram uma piora ou melhora na questão narrativa. Seja o juiz do seu próprio julgamento.
Além disso, não se esqueça de que a Sweet Baby Inc. é apenas uma das muitas empresas de consultoria que existem nos EUA, Canadá, Brasil e em qualquer parte do mundo. Não é possível que apenas uma empresa seja o pivô de tudo o que acontece no mercado de jogos eletrônicos.
Mas para acabar com este e outros possíveis problemas, nós precisamos investigar, na verdade, a raiz de tudo, como começou, como continuou e como podemos parar sem acabar com as vidas profissionais e pessoais dos envolvidos!
Fontes: Gamesindustries, Bound Into Comics, MMORPGBR, SeLigaNerd, BBN Breaking.
