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DOOM, 30 anos de SUPREMACIA!

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Bem, alguns devem saber que sou um grande admirador de DOOM. Joguei praticamente todos os títulos da franquia e, sinceramente, à exceção dos pulos complicados em DOOM Eternal – que parecem mais com os do Mario – cada jogo da série é simplesmente incrível!

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Caso você tenha estado debaixo de uma pedra nos últimos 30 anos, DOOM é diretamente derivado de Wolfenstein 3D, um título criado pela id Software, e é considerado o precursor dos jogos de tiro em primeira pessoa, a ponto de que, pelo menos até 1999, os jogos FPS dos anos 90 eram referidos como “tipo DOOM”.

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Aguentem os meus tiros de escopeta!

Mas o que dizer sobre esta franquia? O que dizer sobre DOOM e seus altos e baixos ao longo de 30 anos? Sério e honestamente, há tanto para falar sobre DOOM que nem sei por onde começar. Mas, pensando bem, não vou abordar o desenvolvimento de DOOM; em vez disso, pretendo falar sobre minha conexão pessoal com este jogo.

PC DAS ANTIGAS

Minha introdução aos jogos de computador começou cedo. Se minhas memórias não falham, foi por volta de 1991 que tive acesso a um computador, graças a um primo que possuía um 286. Foi ali que descobri que os computadores não serviam apenas para fazer trabalho!

Lemmings, Prince of Persia, IndyCar 500, foram alguns dos jogos que me encantei enquanto explorava o Winchester (quem viveu naquela época vai saber do que estou falando) com o Windows 2.0 instalado.

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Um dos títulos que eu mais joguei na vida. IndyCar 500.

Algum tempo depois, meu primo introduziu um jogo completamente diferente de tudo que eu havia experimentado antes – naquela época, eu nem sequer tinha visto o Phantasy Star para fazer uma comparação adequada. Era um jogo em que você era um soldado americano percorrendo longos corredores e eliminando NAZISTAS!

A satisfação imensa de explorar cada canto daqueles corredores e aniquilar nazistas sem parar é algo que não consigo expressar em palavras, mas foi talvez o primeiro mundo de exploração que tive nas mãos.

Minha paixão pelos jogos de tiro em primeira pessoa (FPS) – que nem eram chamados assim naquela época – nasceu com Wolfenstein 3D. Eu ficava jogando isso nos computadores dos outros até que, em 1994, minha mãe comprou um IBM Aptiva com a ajuda do governo.

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O espetacular Wolfenstein 3D

Nessa mesma época, entrei em uma escola que tinha uma sala de informática e, dois anos depois, minha mente explodiu mais uma vez com DOOM! O jogo havia sido lançado no final de 1993 e, é claro, em pouco tempo, o shareware de DOOM também começou a aparecer aqui no Brasil.

Imagine um garoto ávido por jogos eletrônicos tendo aulas de informática com Windows, onde, com alguns comandos de DOS, era possível jogar DOOM? Não teve jeito, em uma dessas aulas, levei meus disquetes e implorei: ‘por favor, professor, faz uma cópia de DOOM para mim’. Ele disse que faria e na próxima aula me entregaria o jogo.

 486 DX4

Na aula seguinte, peguei os disquetes e vi as instruções que o professor havia escrito em uma folha A4, seguindo cada passo com grande entusiasmo. Se não me engano, todo o jogo shareware estava distribuído em três disquetes, e era necessário usar o ‘install.exe’. Depois de atingir certa porcentagem, era preciso trocar o disquete para continuar a instalação.

Antes de tudo, foi necessário criar uma pasta no DOS: ‘c:/md jogos’, seguida por uma subpasta: ‘c:/jogos/md doom’. Depois disso, acessava o disquete. Ao entrar nele (A:), escrevia ‘install.exe’, o que abria uma tela azul. Seguia para a opção ‘install DOOM’, indicando a pasta criada no C, e então apenas trocava os disquetes.

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instalando doom

Segui cada passo detalhadamente, em que cada segundo parecia uma eternidade, mas, finalmente, a instalação foi concluída com sucesso. Acessava o C: e escrevia ‘CD jogos’, depois ‘cd doom’, e em seguida ‘setup.exe’ para fazer as configurações necessárias.

Após todas as configurações: voltava para a tela preta do DOS e simplesmente digitava ‘doom.exe’. E boom, o jogo começava a carregar e em poucos segundos eu estava diante do Doomguy e do título DOOM. Meu PC tinha um PC Speaker, então pelo menos o jogo não era completamente silencioso.

Iniciando doom

Sem mexer em nenhuma configuração, mergulhei diretamente no jogo e passei dois anos jogando o DOOM shareware até que…

PSX

Entre minha experiência com o DOOM shareware no PC e a versão completa no PlayStation, tive a oportunidade de jogar títulos como RoTT, Duke Nukem 3D e acredito que Dark Forces. Além disso, joguei a versão máxima da criação da id até então via telefone, conectando-me com um amigo através da linha telefônica! Também experimentei o modo cooperativo na rede do colégio usando cabos coaxiais!

No entanto, a experiência não estava completa até eu jogar a versão completa do jogo, e isso só foi possível graças a outro primo meu – que todos os meus primos sejam abençoados – que comprou um PSX, também conhecido como PlayStation.

Já compartilhei um pouco da minha experiência com o console da Sony antes, mas vou expandir sobre isso mais tarde. O importante é que o console dele já estava desbloqueado e, além de Mortal Kombat 3, Resident Evil e Need for Speed, todos jogos originais, havia uma cópia “alternativa” de DOOM.

DOOM PSX

Não teve jeito, coloquei o jogo para rodar no console e lá estavam TODOS OS CAPÍTULOS disponíveis. Houve um dia em que meus tios saíram com meus primos, e eu fiquei sozinho em casa, IMERSO no título da id Software! Finalmente, pude apreciar completamente o jogo com sua trilha sonora assombrosa e uma atmosfera ainda mais sombria do que a versão de PC, algo digno de cinema para mim.

Jogar a versão do PSX me fez perceber algumas limitações – e melhorias – em comparação com a versão de PC, como gráficos mais granulados e uma queda na fluidez das animações dos personagens (devido à limitação de memória RAM do console da Sony). No entanto, nada disso foi capaz de arruinar a experiência de jogar DOOM.

Doom no PSX

Infelizmente, a experiência foi manchada pelas versões do jogo para Saturn, 32X e Super Nintendo, que, quando joguei na época, me trouxeram um enorme arrependimento por ter experimentado essas versões em CD e cartuchos.

Das outras versões

Tirando a versão do DOOM para PlayStation, as outras versões para SEGA 32X, Atari Jaguar, SNES, 3DO, Sega Saturn e Game Boy Advance não fazem justiça ao título. Elas estão significativamente abaixo do que o jogador pode experimentar no PC e no PSX.

O jogo foi lançado para outros tipos de computadores pessoais, mas não tive acesso a eles, então não posso opinar sobre a qualidade desses ports. Para uma experiência mais autêntica, recomendo focar nessas duas opções. Para uma experiência remasterizada, considerem as coletâneas disponíveis a partir do PS3/360/Steam.

Voltando ao INFERNO

No texto em questão, não irei falar sobre DOOM II, o Master Levels, Ultimate, DOOM 64, o 3, o RPG, Ressurrection, 2016 ou Eternal e me focar mais no DOOM do PC e do PSX, senão o texto vai ficar ainda maior do que já está.

Vamos a história original de DOOM?

No futuro, um fuzileiro não nomeado é enviado para uma atribuição sem futuro em Marte depois de agredir um oficial superior que ordenou sua unidade a atirar em civis. A Union Aerospace Corporation, que opera instalações de resíduos radioativos lá, permite que o exército conduza experimentos secretos de teletransporte que dão errado.

Uma base em Phobos pede urgentemente apoio militar, enquanto Deimos desaparece completamente, e o fuzileiro se une a uma força de combate para garantir Phobos. Ele espera na periferia conforme ordenado enquanto toda a equipe de assalto é eliminada. Sem meio de sair da lua e armado apenas com uma pistola, ele entra na base com a intenção de vingança.

E isto sequer é mostrado no jogo. Essa história está no manual, mas quem é que tinha o manual original deste título aqui no Brasil além dos ricos e abestados? O mais importante do jogo era pegar a sua arma, explorar todos os cantos possíveis do mapa e MATAR E ESTRIPAR todos os inimigos que tinham a sua volta.

A única arma que importa em todos os DOOM!

No começo do jogo você tem apenas uma pistola furreca para matar os seus inimigos, mas depois que se pega a escopeta e a motosserra, o jogo vira completamente ao seu favor. Eu sou um daqueles jogadores que finalizou todo o jogo usando somente estas duas armas, pois as demais pareciam fracas ou menos desmoralizantes que a escopeta e a motosserra.

Ah, mas tem a BFG 9000, naaaaaaaaah, e a metralhadora? meh e o rifle de plasma então? deixo de lado. Para mim DOOM é escopeta, motosserra e com más intenções porrada usando o status berserker!

Vasculhei todos os cantos de Phobos, Deimos e o inferno, matei todos os soldados possuídos e demónios que eu encontrava pelo caminho, até chegar os chefões finais de cada “mundo”, que não eram páreos para a minha vontade sanguinolenta de matar todo mundo ao meu redor neste inferno virtual.

RIP & TEAR

DOOM foi um divisor de águas no meu mundo dos jogos eletrônicos. Este e alguns outros são os poucos jogos que me fizeram apaixonar completamente pelos videogames. Em cada console que joguei, sempre haverá um desses jogos que vou louvar, e o jogo da id Software será um deles.

É impressionante como um jogo pode ter um impacto tão profundo e duradouro na maneira como abordamos os jogos eletrônicos, ao longo de já nove gerações de consoles. Mesmo após 30 anos, este jogo continua a ser uma presença constante na memória e nas escolhas de jogos.

Cuidado com a pirataria.

DOOM não é um jogo para todos, seja fisicamente ou emocionalmente, já que sua narrativa, se explorada, pode mexer com os sentimentos dos mais religiosos, causar medo nos mais temerosos, causar desconforto para aqueles com problemas físicos, repugnar os que não gostam de sangue, e provocar diversas reações em diferentes grupos de pessoas.

Mas, para mim, DOOM é um dos jogos mais perfeitos que existem. Tanto é que muitos tentaram replicar sua fórmula 10/10/10/10 em outros títulos, mas ou falharam miseravelmente ou apenas criaram uma cópia de DOOM.

Mesmo os dois títulos mais recentes da franquia, o DOOM de 2016 e o Eternal, apesar de terem trazido de volta toda a atmosfera e a intensidade do jogo original, ainda são jogos baseados no original. Este é um jogo que não se pode simplesmente copiar, apenas HOMENAGEAR!

DOOM É O MELHOR FPS JÁ FEITO DE TODOS OS TEMPOS. 

Não há mais nada a ser dito aqui. 

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