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Persona 5 Royal (PS4)

Análise da versão ocidental do jogo Persona 5 Royal (2020) para o console Playstation 4.

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Em meados dos anos 90, mais precisamente quando ganhei o console Playstation, é que se deu a minha primeira relação com a franquia Persona, através do jogo Revelations: Persona, que é o primeiro jogo dessa série derivada de franquia mãe Megami Tensei. Confesso que, desde então, fiquei bastante alheio ao que acontecia com os jogos da franquia, pois me lembro de ter jogado somente um pouco o jogo Shin Megami Tensei: Nocturne, na versão europeia subtitulada Lucifer’s Call.

Revelations Persona do meu acervo.
Shin Megami Tensei: Lucifer’s Call do meu acervo.

 

 

 

 

 

 

Seguindo um padrão já estabelecido, assim como em Persona 3, 4 e em Catherine, com Persona 5, a ATLUS não fez diferente e seguiu no modus operandi de fazer versões definitivas alguns anos depois. Persona 5 foi lançado originalmente para PS3 e PS4 em 2016, no Japão, e em 2017, no Ocidente. Finalmente no dia 31 de março chegou ao PS4, a versão definitiva, denominada Royal. Tal edição adicionou novos personagens, novos finais e um semestre totalmente inédito. Isso contribuiu significativamente para a trama, ou seja, temos aqui o jogo original com bastante conteúdo extra e expansivo. E vamos lá para essa analise que servirá tanto para essa versão Royal quanto para o Persona 5 original!

Tela titulo de Persona 5 Royal.

Enredo colegial…e Ladrões das Sombras… 

Assim como em outros jogos da franquia Persona, o protagonista é o típico personagem sem nome e mudo, que aqui tem somente o code nome Joker. Realmente ainda não consigo entender a existência de um personagem mudo em RPG‘s nos dias de hoje, ainda mais em meio a tantos outros personagens carismáticos. Mas bem, como foi dito acima, controlamos o personagem Joker, que é um adolescente que se encontra em liberdade condicional devido a uma acusação injusta, que serve como motivo inicial da trama. Como condicional a prisão, nosso herói é enviado a um tutor chamado Sojiro Sakura que terá a responsabilidade de colocá-lo nos trilhos novamente, para que Joker não volte a sua suposta vida de “marginal fora da lei”. A partir desse plot, nosso personagem começa a frequentar uma nova escola, principal local que o ligará a maioria dos outros personagens do jogo.

Durante a tradicional vida de estudante colegial.

Assim que o game se desenvolve, sem querer dar muito spoiler, Joker se une a outros amigos que também possuem alguns problemas em relação a certos indivíduos abusivos, assediadores e culpados por tantos outros crimes, na criação do grupo intitulado Shadow Thieves. Então, essa equipe tem a missão de reformar a sociedade modificando e corrigindo corações distorcidos através da infiltração de seus Palácios localizados no mundo Meta-Verso, que é um local concretizado através do subconsciente de quem tem tais desejos obscuros. Parece complicado, mas conforme o jogo progride, tal conceito se torna bem mais entendível.

Phantom Thieves reunidos!

Sobre a jogabilidade

  • Nos Palácios

Como em quase todos os jogos da franquia Megami Tensei, não é nenhuma novidade que Persona 5 Royal também seja um clássico Dungeon Crawl. Neste caso em especifico, o jogo se divide em duas modalidades de jogatina de exploração, ou seja, nas Dungeons, chamadas de Palácios e nos Mementos, que são Dungeons criadas aleatoriamente, assim como em Roguelikes. Essas, de acordo com o enredo do jogo, se assemelhariam aos Palácios, mas são formadas através do subconsciente coletivo da população em geral e não somente de um individuo com coração distorcido. Resumindo: tais Dungeons Mementos servem basicamente como local para desenvolvimento das side quests.

Grande variedade de Palácios a serem explorados.

Sobre os Palácios, cada um tem temática diferenciada de acordo com alvo selecionado pelos Phantom Thieves. Alguns deles são bastante longos, no entanto são muito bem elaborados em seu game design e recheados de puzzles que não beiram ao impossível e, consequentemente, também não chegam a irritar aquele jogador que não está acostumado com quebra-cabeças.

Exploração nas dungeons formadas aleatoriamente conhecidas como Mementos!
  • Durante a vida de colegial

Enquanto não estamos explorando as incansáveis Dungeons, os nossos personagens estão vivendo a tradicional rotina de estudante colegial, ou seja, estudar, sair com os amigos e namorar. O mais interessante é que mesmo durante esse período de gameplay estilo “Jogo de Simulador Social”, que são divididos entre as aulas pela manhã, momentos livres pela tarde e fim de noite, podemos realizar a verdadeira evolução social do nosso protagonista, que também é influenciado pela condição climática de cada dia.

Diversas possibilidades de interação social entre os personagens.

Seguindo o sistema de evolução das habilidades sociais que se iniciou a partir de Persona 3, que é fundamental também para que se possa conseguir habilidades que reflitam em batalhas nos Palácios, aqui são chamados de Confidants. O aprofundamento da relação com os Confidants, que são os membros da nossa Party e até alguns NPC’s, são tão importantes quanto a evolução nas batalhas tradicionais em RPG‘s. Tal sistema é representado pelas cartas de Taro que também representam cada personagem e as Personas que conseguimos durante a jogatina, o que reflete também durantes as Fusões entre as diversas Personas no Velvet Room.

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Somado ao sistema de Confidants, temos também os Social Stats, que são os pontos de habilidades sociais que conseguidos através da realização de muitas atividades como, leitura de livro, trabalho part-time e, até mesmo, servir como cobaia em uma clínica hospitalar. Tudo isso nos é útil para que possamos acessar e realizar diversas tarefas durante as atividades da vida rotineira, isso tudo também acaba influenciando no relacionamento com os Confidants.

Diversos mini games que servem para evoluir os Social Stats!
  • Nas Batalhas…

Nos últimos anos, batalhas de turno têm sido consideradas arcaicas e ultrapassadas em diversas franquias de jogos de RPG‘s, mas este não é o caso de Persona 5 Royal. Nele temos batalhas em turnos com alto desafio estratégico em relação à exploração de pontos fracos e fortes de cada inimigo.

Utilizando corretamente os pontos fracos dos inimigos é possível garantir turnos extras para atacar ou, simplesmente, passar tal turno através do Baton Pass, para outro personagem, o que consentirá que ele ganhe algum tipo de bônus de ataque, defesa ou de cura durante a ação. Lembrando que os inimigos também podem se aproveitar de nossos pontos fracos, o que demonstra que todo cuidado é pouco durante as batalhas.

Um pouco de poluição visual no design dos menus de batalha, mas que aos poucos vamos nos acostumando.

Essa dinâmica garante que cada confronto, mesmo que não seja com chefões, possa ser fatal e, ao mesmo tempo, banal e fácil. Sabendo de tudo isso, cabe ao jogador escolher a forma mais apropriada para evoluir e realizar fusão entre as diversas Personas encontradas no jogo, que na verdade são as Sombras que enfrentamos nas batalhas. Em ralação as Sombras, antes chamadas de Demônios, felizmente foi mantido a maior característica que sempre me chamou atenção na franquia Persona, que é o dialogo e negociação com tais inimigos.

Inimigo bem inusitado…

Outra característica interessante em relação à batalha foi a possibilidade de vencê-la sem que seja necessário realizá-la, ou seja, podemos simplesmente golpear o inimigo e destruí-lo sem a necessidade de um confronto tradicional. Isso acontece caso os inimigos sejam niveladamente inferiores a nossa party, proporcionando assim um Grinding bem mais dinâmico e menos tedioso.

Batalha bastante dinâmica!

Gráficos e Sonoridades

Assim como aconteceu em Catherine: Full Body, para essa versão Royal, também tivemos o melhoramento gráfico direcionado a quem queira jogar no PS4 Pro, o que não foi perceptível para mim, já que joguei em um PS4 tradicional. Mas como sempre, o estilo gráfico de Shigenori Soejima continua muito bonito e dando vida e carisma aos diversos personagens do jogo. As cenas de anime que nos apresentam a trama em diferentes partes do jogo, também mantêm a qualidade alta sem terem que apelar para o extremo uso de computação gráfica, típica dos animes mais atuais.

Belíssima arte de Shigenori Soejima!

A trilha sonora composta por Shoji Meguro, juntamente com Toshiki Konishi, é sempre muito eficiente em dar o tom ideal para cada etapa do jogo, assim como em momentos tristes, engraçados e também em partes extremamente épicas, como nas batalhas contra os chefões. Deixarei aqui abaixo um belo exemplar do que estou afirmando aqui:

Veredicto

Como sempre, chagamos a mais um final de review e confesso que a minha experiência com o jogo, do inicio ao fim, foi bem prazerosa e ao mesmo tempo um pouco cansativa pelas 100 horas de jogo, já que devido aos extras incluídos nesta versão Royal, o game se prolongou por mais 35 horas, ou seja, totalizando 135 horas de gameplay.

Creio que poderiam ter enxugado muito mais alguns diálogos, já que alguns são meramente bate-papos que não adicionam muito ao enredo do jogo. Fora a demasiadamente extensa campanha, o sistema de batalha, dungeons e enredo são muito bem construídos e proporcionam uma forte sensação de satisfação assim que o jogo é finalizado. Além do mais, o jogo também oferece a opção de New Game +, para quem deseja se aventurar novamente em Persona 5 Royal, o que eu pessoalmente não faria, devido ao longo tempo de jogo.

Persona 5 Royal teve seu lançamento no Japão no dia 31 de Outubro de 2019 para PS4 e teve seu lançamento ocidental no dia 31 de Março de 2020 também para PS4.

Prós:

  • Melhoria gráfica em relação a versão simples de Persona 5
  • Adição de personagens, cenas de anime, um semestre totalmente novo e de novos finais (Conteúdo extra que garante mais ou menos 40 horas a mais de jogo)
  • Direção artística e trilha sonora impecável
  • Possibilidade de trocar a dublagem para a língua original japonesa.
  • Enredo fabuloso
  • Altamente recomendável para quem ainda não jogou a versão simples de Persona 5

Contras:

  • Talvez não muito atrativo para quem já tenha terminado a versão simples de Persona 5
  • Game play demasiadamente longo (supera facilmente as 100 horas de jogatina, o que para alguns pode ser uma característica muito positiva)
  • Alguns diálogos poderiam ter sido minimizados nesta versão

Nota Final: 9,5 de 10,0

Mais um dia chuvoso em Persona 5 Royal…

Observação: A versão digital deste jogo para o console Playstation 4 nos foi gentilmente cedida pela própria desenvolvedora para elaboração desta análise. Gostaria de pedir desculpas a própria SEGA ATLUS, por infelizmente não ter conseguido escrever o presente review de Persona 5 Royal antes de seu lançamento ocidental ocorrido no dia 31/03/2020. Mas como muitos sabem, jogos da franquia Persona, são jogos que duram pelo menos 80 horas de Gameplay, e que somado a outras desventuras da vida, não me permitiram terminar esta analise no tempo ideal. Mas cá estamos, e confesso que valeu a pena ter gasto 135 horas de jogo!

Revisão de texto: Bruna Chaves

Links Úteis:

Vídeo sobre o Persona 5 Royal no Canal da Comunidade Mega Drive:

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