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Master System, um fracasso nos EUA – Parte I

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Nós sabemos que o Master System foi um console que se saiu muito mal no mercado americano – sem contar o japonês, tendo um cantinho especial na Europa e Brasil -, mas como isto aconteceu?

Vamos cobrir alguns pontos básicos dos eventos do Master System nos EUA.

Now you are playing with power!Slogan da Nintendo

Now there are no limits!Slogan da SEGA

Enquanto a Nintendo já estava bem firmada em solo americano, com uma boa equipe de marketing para as vendas de seus produtos, em 1986 quem cuidava do marketing da SEGA eram dois homens, Bruce Lowry e Bob Harris numa salinha pequena e escondida no escritório da SEGA.

Os dois foram os responsáveis pela criação da caixa onde o console e seus acessórios seriam postos. Em menos de dois meses de produção eles conseguiram montar um stand para a SEGA na CES de verão que acontecia em Chicago.

Como muitos desconheciam a empresa até então muitos acabaram por confundir a SEGA pela Saga Foods, onde, dentre os comentários, tinha aqueles que eles achavam estranho que uma empresa de distribuição de alimentos entrasse no mundo dos jogos eletrônicos.

Do contrário que aconteceu com o NES, que bem conhecido do público, já era vendido em quase todo lugar nos EUA, o Master System poderia ser encontrado nas principais cidades do país no mês que antecedia as festas de fim de ano.

A Chegada nas lojas

Dali, com frequência, era fácil ver nas lojas de eletrônicos o NES, o Master System e o Atari 7800 lado a lado e donde destes, o console da Atari era que tinha o preço mais baixo, considerando que o mesmo estava sendo relançado pela a Atari e o Master System era o mais novo console do momento.

Em contrapartida, o Atari 7800 tinha retrocompatibilidade com o Atari 2600, se tornando, de certa forma, um console bem atrativo para aqueles que queria ter uma biblioteca bem diversificada, só que havia um porém, mesmo com esta vantagem – e mesmo sendo um sistema mais avançado que o velho 7800 -, os seus jogos não tinham um apelo visual tão grande quanto o NES ou o Master System.

O NES era vendido nas lojas em dois pacotes, um deles chamado NES Control Deck, onde neste tinha incluso dois controles e um cartucho do Super Mario Bros, por “apenas” US$ 129,95, o segundo, e o mais conhecido por muitos por aí como o Nintendo Action Set, que vinha, além dos acessórios acima, a Zapper com o cartucho Duck Hunt, este sendo vendido por US$ 149,00.

O Master System era vendido cerca de dez dólares mais caro, também em duas versões, uma delas chamada de The Sega Base System que vinha com dois controles e a The Sega Master System onde vinha com a sua pistola Light Phaser e o jogo Safari Hunt.

A Nintendo fez o possível para ficar a frente da concorrência no mercado americano, como a sua associação com a Worlds of Wonder – que era uma uma fabricante de brinquedos que distribuiu o NES durante os primeiros anos de vida do console nos EUA – abrindo diversas portas de lojas para a gigante japonesa, entre elas a Sears e a Toys “R” Us e nestas brinquedos como Teddy Ruxpin – que fizera um extremo sucesso nos anos 80 – eram associados ao NES, coisa que, para a SEGA, não houve algo do tipo até então.

Era algo difícil de imaginar, já que a SEGA havia apostado no mercado de arcade americano bem antes que a Nintendo, mas que, por conta de sua desorganização comercial, não tinha tanta repercussão quanto os arcades que foram lançados pela Nintendo e sua uniformidade nos EUA.

Mas, acima disto tudo, havia um fator extremamente preponderante para a vantagem do NES sobre o Master System – e, claro, tem-se de guardar as devidas proporções – que era a sua biblioteca de jogos.

A Procura

Todos queriam jogar no console que rodava o jogo do Mario e poucos sabiam a existência do cartucho do Hang On, mostrando como a Nintendo estava extremamente forte nos EUA.

Howard Lincoln, disse no livro The Ultimate History of the videogames, mostrando um pouco como a Nintendo trabalhava na época, “naquele momento haviam dezessete jogos – todos da Nintendo, ou que foram licenciados por ela – que eram mostradas como jogos da Nintendo. O console tinha alguns programas, junto com um robô, tudo no mesmo pacote. Mas havia dezessete jogos criados, incluindo Suer Mario Brothers, Baseball, Tennis e Golf. Havia um jogo de caratê, Kung Fu e Donkey Kong Math, este era o nosso jogo educacional”.

Aqui temos algo que foi de supra importância para o NES, todos os jogos lançados para o console até então eram marketeados como sendo da própria Nintendo e, dali, uma gama de público era atingido, mas tudo aprovado pela Nintendo.

Claro que os contratos de exclusividade foram essenciais para cortar ainda mais as pernas da SEGA para a briga do mercado americano, onde, já é velha a história ao ponto que não se faz necessário repeti-la mais uma vez além do fato seguinte: “Empresas que produzem jogos para o NES não podiam lançar jogos em outros sistemas 8-bit, onde inclua-se o Sega Master System.”

Desta forma dá para perceber o terreno perigoso que a SEGA iria enfrentar quando colocou o seu console de 8-bit, o Sega Master System no mercado americano. O primeiro ano de concorrência entre os dois consoles foi uma vitória estrondosa da Nintendo sobre a SEGA, mas, ainda assim, a mãe do Alex Kidd não havia desistido em tentar deixar o Master System conhecido no país.

Em 1987 a briga continuaria e que seria algo bom para os consumidores americanos. A primeira grande guerra dos consoles havia se iniciado.

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