
Nos últimos anos, o mercado de jogos indie viu uma enxurrada de títulos roguelike tentando se destacar com novas abordagens. Yasha: Legends of the Demon Blade surge como mais um representante desse gênero saturado, porém, com uma proposta visual única e elementos de RPG combinados a uma jogabilidade de ação intensa. Ambientado em um Japão feudal cheio de referências ao folclore, o título mistura combates rápidos, progressão estratégica e uma direção de arte inspirada em animes.
Apesar de algumas escolhas narrativas questionáveis, o jogo oferece momentos empolgantes graças ao seu sistema de combate fluido e à variedade de melhorias disponíveis durante as partidas. Com diferentes protagonistas e estilos de luta, Yasha busca conquistar tanto fãs do gênero quanto quem procura algo diferente, ainda que familiar. Mas será que ele realmente se destaca entre os demais?
A Jornada no Japão Feudal: Combate e Progresso a Cada Etapa
O ponto forte de Yasha: Legends of the Demon Blade é seu sistema de combate. Desde o início, o jogador precisa dominar ataques leves, fortes e movimentos especiais de cada personagem para sobreviver aos desafios. A escolha entre três protagonistas com estilos distintos garante uma boa diversidade de gameplay: Shigure é uma ninja ágil e precisa, Sara usa lâminas duplas para movimentação veloz, enquanto Taketora domina o arco com força bruta.
Durante as fases, o progresso é marcado por batalhas contra grupos de inimigos, com recompensas que variam entre curas, buffs temporários e moedas. A cada estágio superado, o jogador tem a chance de fortalecer seu personagem com melhorias específicas, aumentando o poder de ataque, escudo ou saúde. Além disso, é possível optar por bônus maiores com alguma penalidade, exigindo decisões estratégicas a cada passo.
Outro diferencial está na “Demon Festival”, uma espécie de hub entre as fases. Ali, demônios pacíficos oferecem recursos como chá curativo, desafios com grandes recompensas ou até um ramen que potencializa o personagem. Tudo, no entanto, tem efeito apenas na partida atual. Em caso de morte, o progresso se perde, mantendo o espírito clássico dos roguelikes. Por sorte, o jogo permite melhorias permanentes através de orbes de alma coletadas nas runs, oferecendo incentivos para tentar novamente com novas estratégias.
Personagens, Armas e Estratégias: Escolhas que Mudam a Experiência
Cada personagem em Yasha: Legends of the Demon Blade oferece uma experiência única, o que incentiva múltiplas jogadas. Shigure, por exemplo, é ideal para quem prefere agilidade e precisão, já que sua habilidade de aparar ataques e desferir golpes velozes se destaca em combates rápidos. Já Taketora é mais indicado para jogadores que preferem ataques à distância e um estilo mais ofensivo e direto.
O jogo apresenta uma boa variedade de armas, cada uma com habilidades próprias e possibilidades de upgrade. Fragmentos coletados nas partidas permitem desbloquear novos equipamentos, incentivando a experimentação constante. Esse sistema mantém a jogabilidade fresca por mais tempo, ainda que a repetição dos cenários e inimigos prejudique um pouco a imersão.
Mesmo com poucos tipos de inimigos e ambientes limitados, os chefes principais apresentam mecânicas criativas, exigindo mais do que apenas força bruta. Eles forçam o jogador a aprender padrões de ataque e a se adaptar, tornando as batalhas desafiadoras e recompensadoras. Com o tempo, derrotar esses chefes se torna uma meta satisfatória que compensa os momentos de repetição.
Visual Anime e Direção de Arte que Encanta
Visualmente, Yasha: Legends of the Demon Blade se destaca com uma estética que remete diretamente ao estilo anime. Os cenários, apesar de repetitivos, possuem qualidade artística elevada, apresentando construções tradicionais japonesas, florestas densas e vilarejos encantadores. Essa ambientação fortalece a imersão no universo do jogo, mesmo com a falta de variedade.
Os personagens são bem desenhados e têm identidade visual marcante. O contraste entre os aliados e os inimigos cria uma atmosfera mística e envolvente, reforçada pelas cores vivas e traços suaves. No entanto, a ausência de dublagem e a trilha sonora pouco marcante reduzem o impacto emocional da narrativa, principalmente durante os longos trechos de diálogo no estilo Visual Novel.
A história, embora baseada em uma mitologia interessante, sofre com ritmo arrastado e apresentação pobre. Os diálogos extensos, sem vozes, tornam a introdução do jogo cansativa. Essa escolha pode afastar quem espera uma experiência mais direta e dinâmica, típica dos títulos de ação roguelike.
Conclusão
Yasha: Legends of the Demon Blade entrega uma experiência mista. De um lado, oferece um sistema de combate ágil, personagens variados e um estilo visual encantador que remete aos melhores animes. Por outro, sofre com problemas de ritmo, repetição de inimigos e ausência de polimento em aspectos narrativos e sonoros.
Mesmo com suas limitações, o jogo pode agradar aos fãs de roguelikes que procuram algo novo visualmente e que valorizam progressão estratégica. Ainda que não revolucione o gênero, Yasha oferece um bom passatempo para quem aprecia desafios constantes e combates estilizados. Para quem já está cansado da fórmula roguelike, porém, talvez seja apenas mais um na multidão.
A Comunidade Mega Drive recebeu uma chave para review do jogo.