
O universo dos metroidvanias ganha um novo título com Undivine, desenvolvido pela Brainium Games e publicado pela Deadpix Studios. Com um orçamento acessível abaixo de £10, o jogo entrega uma experiência minimalista em pixel art que conquista tanto fãs veteranos quanto iniciantes. Ao longo desta análise, exploramos seus elementos de jogabilidade, progressão, design e atmosfera, além de apresentar um panorama completo das relíquias e talentos que compõem seu sistema de RPG. Por fim, avaliamos os pontos fortes e os desafios que tornam Undivine uma referência de diversão retrô.
Sinopse e Apresentação da História
A jornada se inicia em um vilarejo assolado por um abismo misterioso que tragou todos os anteriores viajantes. Ao penetrar nessa fenda, o jogador assume o papel de um personagem silencioso que enfrenta criaturas sombrias e descobre segredos ancestrais. Em cada encontro, surgem NPCs que alertam sobre o perigo iminente, reforçando o tom sombrio e melancólico do mundo. Ademais, a narrativa se desenrola por diálogos diretos e cinematográficos, ainda que alguns personagens ofereçam interações limitadas, reforçando a sensação de isolamento e desolação.
Apesar de o enredo não se aprofundar em reviravoltas complexas, a ambientação carrega um peso emocional singular. Os poucos diálogos com o dragão e o Devorador revelam fragmentos de um culto enigmático que manipula os destinos dos aventureiros. Assim, cada cena amplia o mistério, e os colecionáveis espalham pistas sobre a ameaça oculta. Consequentemente, a história, embora enxuta, estimula a curiosidade, incentivando a exploração e a descoberta de finais alternativos.
Jogabilidade
Os controles de Undivine são simples e responsivos, organizados em setas direcionais para locomoção e teclas de ação para pular, atacar com a espada, usar magia e correr. Embora a configuração padrão não permita remapeamento, a proposta de usar uma mão para a movimentação e a outra para as ações se mostra eficiente após adaptação. Além disso, os diferentes níveis de dificuldade atendem desde jogadores casuais até veteranos que buscam um desafio adicional.
A mecânica central segue a fórmula clássica do gênero: derrotar chefes rende habilidades novas, desbloqueando áreas antes inacessíveis. Nesse sistema de progressão, cada relíquia adquirida transforma tanto o combate quanto a exploração. Logo, a sensação de evolução constante motiva a busca por segredos, enquanto o inventário exige gerenciamento estratégico para equipar itens e acessar objetos específicos em NPCs que fornecem recompensas extras.
Relíquias
Em Undivine, as relíquias desempenham papel fundamental na jornada. São 17 espaços disponíveis, mas apenas algumas são essenciais para alcançar o fim do game. Por exemplo, Vorpalis se revela desde cedo, abrindo portas especiais e atuando como ataque mágico; já as Ethereal Boots permitem atravessar barreiras e sprint; e o Sacred Cloak concede flutuação prolongada, sendo indispensável para acessar a Sala de Oração.
Além dessas, existem artefatos opcionais que enriquecem a experiência sem afetar a progressão principal. A Solaria Shard melhora a visibilidade em áreas escuras, enquanto a Spectral Mask destaca salas secretas. Outros itens, como o Carver’s Medal e o Daub’s Shield, conferem benefícios de cura e proteção temporária. Assim, cada descoberta agrega valor, seja desbloqueando atalhos, seja oferecendo vantagens táticas contra chefes complexos.
Talentos
O sistema de talentos de Undivine permite treinamento em nove áreas distintas, usando pontos ganhos ao derrotar inimigos e completar objetivos. Linguistics, por exemplo, se torna imprescindível para traduzir inscrições que liberam seções inteiras: sem seus três níveis, finalizações completas se tornam impossíveis. Outros perfis, como Alchemy, Demonology e Cartography, otimizam recursos de suporte, dano e navegação, respectivamente.
Além disso, Determination amplia o espaço de inventário e reduz custos de investimento nos demais talentos, tornando-se uma escolha estratégica. Embora todos sejam opcionais, a flexibilidade do sistema incentiva múltiplas abordagens, elevando o potencial de replay. Por fim, modalidades como Vigor e Dexterity melhoram resistência e velocidade de ataque, atendendo estilos que priorizam combate frenético ou exploração cuidadosa.
Progressão, Habilidades e Personalização
A progressão de Undivine fundamenta-se na obtenção de relíquias e talentos que redefinem o acesso ao mundo interconectado. Ao encontrar novos artefatos, o jogador abre passagens ocultas e descobre salas secretas, garantindo a sensação de conquista a cada avanço. Ademais, a variedade de armas, armaduras e acessórios fomenta escolhas táticas, já que cada encontro pode exigir ajustes específicos no loadout.
A personalização estende-se ao uso de consumíveis, como poções e suprimentos médicos, que auxiliam em segmentos mais desafiadores. Logo, gerir adequadamente os recursos e equipar-se conforme o adversário se torna hábito necessário. Assim, Undivine oferece um balanceamento que valoriza o preparo prévio, sem comprometer o fluxo de exploração e combate.
Chefes e Design de Níveis
Os encontros contra chefes representam marcos de dificuldade e criatividade. Cada criatura demanda memorização de padrões e aplicação de habilidades recém-adquiridas. Oth’raal, por exemplo, exige posicionamento estratégico para evitar picos, enquanto Mirelurk demanda uso da Sacred Cloak e ataques verticais para neutralizar ataques aquáticos.
O design de níveis complementa essas batalhas, oferecendo atalhos e áreas de descanso que suavizam a curva de aprendizado. Os corredores interligados e as câmaras secretas enriquecem o layout, estimulando revisitas e recompensas ocultas. Desse modo, cada segmento do mapa reforça a coerência interna, proporcionando fluidez e senso de descoberta contínua.
Visuais e Atmosfera
A proposta minimalista de pixel art resulta em um cenário sombrio, porém carregado de detalhes que reforçam a ambientação. A paleta de cores reduzida foca em tons escuros, criando forte contraste com efeitos de luz pontuais que guiam o olhar do jogador. Além disso, animações sutis — como o balançar de correntes ou partículas de poeira — conferem profundidade e envolvimento.
A trilha sonora complementa a estética com composições atmosféricas, que variam entre temas calmos na superfície e melodias tensas nas profundezas. A justaposição de áudio e imagem resulta em imersão constante, capturando a sensação de desolação e mistério que permeia todo o jogo.
Conclusão
Em suma, Undivine entrega uma experiência metroidvania essencial e acolhedora, repleta de relíquias, talentos e segredos que mantêm o jogador engajado do início ao fim. Apesar de não inovar drasticamente, sua jogabilidade refinada, sistema de progressão balanceado e estética minimalista oferecem diversão garantida por um preço acessível. Para quem busca um título ágil e atmosférico no Steam para PC, Undivine merece atenção e garante horas de exploração satisfatória.
A Comunidade Mega Drive recebeu uma chave para o review do jogo.