
Hoje em dia, em primeiro lugar, a quantidade de tempo que os jogos dedicam a tutoriais me parece um verdadeiro absurdo. De fato, entre dez minutos e, facilmente, quarenta, não vejo por que isso se torna tão problemático. Certamente, eu sei que os jogos ficaram cada vez mais complexos, com efeito, com uma infinidade de botões que precisamos apertar.
Consequentemente, decorar todos os movimentos torna-se algo impraticável, mas não impossível; além disso, exige um foco sem igual do jogador.
Ademais, isso pode tornar tudo muito moroso. Por exemplo, quantas vezes você não parou de jogar um título porque o tutorial era obrigatório? Em outras palavras, para seguir adiante, você precisava passar um tempo moscando numa primeira parte do jogo que não te leva para nenhum lugar até você fazer todos os movimentos básicos?
Minha Frustração Pessoal com Tutoriais: O Caso Metal Gear Solid V
Inclusive, um desses jogos me fez sentir raiva de tutorial: Metal Gear Solid V. Meu Deus, quanta enrolação para aprender as mecânicas básicas do jogo! Por conseguinte, quando eu vi que quarenta minutos haviam se passado e nada do jogo iniciar de fato, parei ali mesmo e desinstalei. Em síntese, tive condição zero de continuar o jogo.
Sem dúvida, aqui pode parecer papo de velho, mas sinto saudades dos tempos em que o jogo iniciava com um tutorial sem mostrar botão, mas com todas as mecânicas sendo aprendidas ali, na hora. Para ilustrar, quer saber como joga o título de verdade? Então, você ia atrás do manual e lia o resto.
A Arte do Design de Nível: Tutoriais Integrados em Clássicos
Contudo, é nesta área que Super Mario Bros. 3, do NES; Sonic the Hedgehog, do Mega Drive; e Mega Man X, do Super Nintendo, me dão uma aula de design. Em particular, a primeira fase de cada um desses títulos nos mostra como jogá-los.
Por exemplo, na primeira fase de Mario 3, você aprende a pular, a usar os power-ups como a Super Folha, e a interagir com os inimigos. Da mesma forma, em Sonic 1, o jogo te ensina sobre velocidade e o movimento de rolagem. Analogamente, em Mega Man X, você domina o dash, o pulo na parede e a utilização do X-Buster. Dessa forma, esses jogos integram o aprendizado de forma tão fluida que você nem percebe que está em um tutorial; simplesmente, você joga e aprende.
Como algo tão simples como trabalhar bem num level design básico que permita o jogador aprender a jogar sem ser extenso demais foi perdido ao longo do tempo? Temos diversas mecânicas de jogos sendo criadas, mas, ao mesmo tempo, parece que não há um pensamento voltado para os jogadores que querem pegar o controle e apenas jogar.
Jogabilidade muito complexa?
Sim, claro, existem os jogos que realmente tem uma jogabilidade que parece que precisamos de um PhD para compreender profundamente o que está sendo proposto ali, e aí fica a pergunta, seria isto problema do jogador ou do criador que não soube simplificar a jogatina?
Teve alguns títulos, ao longo dos anos que eu joguei e não entendi muito bem como funciona o esquema dele e acabo largando o mesmo para nunca mais voltar.
Talvez me falte paciência, talvez me falte foco, mas se um jogo já não mostra a que veio em dez minutos, a vontade de desinstalar o mesmo se torna cada vez maior. Não paguei para ficar sendo testado na minha paciência, eu quero logo jogar.
Uma problemática
Só que, as vezes, tem jogos que você é obrigado a passar pelo tutorial e se não completar o mesmo, ficamos lá, travados, sem poder prosseguir caminho. E aqui perdemos um bom dinheiro e tempo sem poder aproveitar aquele jogo que tanto queríamos jogar.
A pergunta que fica é: Qual é a solução? De que forma os tutoriais podem ser usados não para cansar o jogador, mas sim para divertir ele?
Isto se faz muito necessário, principalmente porque o mundo modernoso do jeito que está, se torna ainda mais exigente para com a pessoa. Esta pessoa com o tempo mais escasso e que, muitas vezes, quer se sentar para jogar e somente isso.

Vamos lá, produtores, programadores, vamos pensar mais. Não nos deem tutoriais complexos! E, se possível, caso o seja, tenha a opção de skip cada vez mais presente para não ficarmos de saco cheio com as quinquilharias que vocês programaram.
Sim, vocês podem ter os seus lindos tutoriais, mas eu não quero passar por nenhum deles se eles forem obrigatórios! Botão Skip para tudo! Chega de enrolação!
Voltemos para o básico, tenhamos um manual em PDF para não precisarmos passar por isso ou se voltem aos clássicos e criem tutoriais mais divertidos!