
Lost in Random: The Eternal Die leva a franquia para um novo caminho, ousado e envolvente. Ao abandonar o formato tradicional de RPG de ação, o título mergulha de cabeça no universo dos roguelikes, oferecendo uma experiência mais dinâmica e desafiadora. A atmosfera sombria permanece, mas agora acompanhada de mecânicas que premiam tanto a sorte quanto a habilidade.
Essa mudança de estilo não apenas renova o gameplay, mas também cria oportunidades para novas formas de contar histórias. Em vez de longas cenas narrativas, a trama se revela aos poucos, entre batalhas e momentos estratégicos, mantendo o jogador imerso. O jogo traz um sistema de progressão inteligente e oferece bastante rejogabilidade, mesmo com algumas limitações na aleatoriedade.
Exploração e narrativa em The Black Die
Em Lost in Random: The Eternal Die, a história gira em torno de Aleksandra, uma ex-vilã em busca de redenção. Presa em um calabouço gerado proceduralmente chamado The Black Die, ela enfrenta inimigos e desafios enquanto tenta vingar-se de um novo inimigo poderoso. Diferente do primeiro jogo da série, este título adota um estilo narrativo que se desenvolve gradualmente, revelando fragmentos do passado da protagonista entre as tentativas de fuga.
Esse formato favorece a jogabilidade imediata, permitindo que o jogador mergulhe na ação sem longas introduções. À medida que o progresso avança, novas informações sobre Aleksandra surgem, enriquecendo a história e motivando a exploração. Elementos como o design isométrico e o combate fluido tornam cada sessão envolvente. A espada básica, os ataques carregados e as esquivas temporizadas fazem com que a movimentação pareça responsiva e estratégica desde o início da aventura.
Ao longo das fases, o jogador também interage com ambientes diversos e personagens excêntricos. Algumas salas trazem desafios alternativos, como jogos de tabuleiro e armadilhas, enquanto outras oferecem itens valiosos através de comerciantes. Cada nova área pode esconder um diferencial essencial para a vitória, criando uma progressão natural e recompensadora.
Combate tático e elementos de sorte
O combate em Lost in Random: The Eternal Die é mais do que ação frenética — é uma dança entre estratégia e imprevisibilidade. Além da espada, o jogador pode lançar Fortune, um dado vivo, contra os inimigos. O valor obtido no lançamento determina o dano causado, e um seis bem tirado pode mudar o rumo da batalha. A variedade de ataques se amplia com as cartas mágicas, que exigem energia para ativação e podem invocar tornados, cabeças flamejantes ou efeitos especiais, oferecendo um leque de possibilidades táticas.
Embora o combate pareça simples à primeira vista, sua profundidade revela-se com o tempo. Executar os feitiços no momento exato ativa bônus adicionais, incentivando o domínio da mecânica. A movimentação também exige atenção, já que ataques inimigos e obstáculos ambientais forçam o jogador a manter-se ágil e atento. Assim, a cada sala, o jogo propõe uma combinação única de reação rápida e decisões inteligentes.
Apesar de sua estrutura roguelike, o título não deixa o jogador desmotivado após uma derrota. Cada morte retorna recompensas como moedas e orbes que podem ser usadas no hub central. Nesse local, é possível melhorar equipamentos, ganhar buffs permanentes e conhecer personagens marcantes que enriquecem ainda mais a ambientação. Essa sensação constante de progresso mantém o ritmo empolgante mesmo após diversas tentativas.
Sistema de melhorias com profundidade estratégica
Um dos maiores destaques de The Eternal Die é o seu sistema de upgrades, baseado em relíquias coloridas que se encaixam em uma grade. A disposição dessas relíquias no tabuleiro afeta atributos como dano com armas, eficácia do dado e chance de sorte. Ao alinhar três ou mais relíquias da mesma cor, o jogador desbloqueia bônus significativos, exigindo planejamento e sacrifício de itens menos úteis em busca da combinação ideal.
A profundidade tática não termina na escolha das relíquias. Cada uma delas pode conter habilidades passivas únicas, como efeitos adicionais em ataques ou proteção extra contra armadilhas. Assim, as decisões feitas durante a exploração impactam diretamente o desempenho nas batalhas subsequentes. Escolher entre melhorar o dano direto ou investir em buffs defensivos se torna uma constante e prazerosa dúvida.
Conforme o jogador avança, sinergias começam a surgir. Combinações específicas de relíquias, armas e cartas criam efeitos em cadeia capazes de dizimar inimigos com eficiência. Essa complexidade promove a personalização do estilo de jogo e recompensa quem estuda bem as opções disponíveis. Mesmo em runs mais difíceis, é possível adaptar a estratégia com os recursos coletados, tornando cada tentativa única e satisfatória.
Desafios, personagens e possibilidades de rejogabilidade
Além do sistema de combate e melhorias, Lost in Random: The Eternal Die oferece um mundo rico em detalhes. O hub inicial, que lembra um ferro-velho habitado por figuras excêntricas, serve como ponto de partida para cada nova jornada. Entre eles, destaca-se um enorme sapo que troca orbes por upgrades essenciais, além de um robô gigante que permite desbloquear e aprimorar quatro armas diferentes. Essas armas variam bastante entre si, como o arco com ataques à distância e o poderoso mangual.
Os chefes das fases apresentam combates empolgantes, embora possam se tornar repetitivos com o tempo. Isso acontece porque a variedade entre as lutas é limitada, e o fator aleatório poderia ter sido mais explorado. Ainda assim, o jogo recompensa o esforço com a liberação de modos mais difíceis e finais alternativos, garantindo longevidade para quem busca desafios extras.
Outro destaque são os minijogos baseados em sorte, nos quais o dado Fortune assume papel central. Eles ajudam a quebrar o ritmo das batalhas e oferecem recompensas úteis. A trilha sonora envolvente e as vozes dubladas com emoção completam o pacote, fazendo com que o mundo sombrio de Random ganhe vida em cada detalhe.
Conclusão
Lost in Random: The Eternal Die representa uma evolução corajosa dentro da franquia. Ao trocar a estrutura linear por um roguelike repleto de estratégia e elementos aleatórios, o jogo mantém sua identidade visual única e aprofunda a jogabilidade. Mesmo com algumas falhas na variedade de conteúdo, a experiência geral se mantém cativante e recompensadora.
Combinando estética inspirada em Tim Burton, combate técnico, decisões estratégicas e uma ambientação memorável, o título proporciona horas de diversão e descobertas. A progressão contínua e os sistemas interconectados garantem que cada run tenha valor. Para quem busca um roguelike de qualidade no PC ou na Steam, essa aventura vale o investimento — e, acima de tudo, o lançamento de cada dado.
A Comunidade Mega Drive recebeu chave para review do jogo!