
Numa entrevista exclusiva para o Xbox Wire, o criador de Ecco, Ed Annunziata revelou que Ecco the Dolphin voltará para os consoles atuais em forma de remaster, confira abaixo o trecho.
P: O que o futuro reserva para o golfinho mais querido dos games?
R: Eu e toda a equipe original vamos remasterizar os jogos Ecco the Dolphin e Tides of Time.
Segue, abaixo, a entrevista completa do criador do Ecco para o Xbox Wire.
P: Ecco the Dolphin foi elogiado por aumentar a conscientização sobre a conservação dos oceanos. O que inspirou você a usar um videogame para comunicar essa importante mensagem ambiental? E o que espera que os jogadores absorvam da experiência no mundo oceânico que você criou?
R: Muito antes dos 16 bits, eu já fazia jogos educativos para o Apple II. Eu sabia, desde então, do potencial dos games para inspirar e ensinar. Fiz muitos jogos em Assembler 6502, e minha linguagem favorita era mesmo o Machine Language.
Depois, trabalhei em Voyage of the Mimi, uma série de TV sobre um garoto (Ben Affleck, aos 12 anos) e seu avô, que estudavam a migração de baleias em um barco chamado Mimi. Além de ser uma ótima série, eu participei do desenvolvimento dos jogos científicos no Apple II que a acompanhavam.
A partir daí, me apaixonei por tudo relacionado a baleias. Devorei livros e mais livros — não havia internet, então dependia de bibliotecas e livrarias. Um dos livros que me marcou foi The Sounding, de Hank Searls, contado do ponto de vista de um cachalote. A ideia de que esses seres são inteligentes — talvez tanto quanto nós — me fascinou.
Embora eu ganhasse a vida com jogos educativos, meu coração sempre esteve nos videogames. Sonhei com um jogo onde o jogador vivesse como um golfinho. Escolhi o golfinho por ser o mais próximo do ser humano entre os cetáceos. Para que a jogabilidade fizesse sentido, comecei a prototipar as ideias.
P: A comunidade dos povos do Pacífico possui uma forte ligação espiritual e prática com o oceano. Como jogos como Ecco the Dolphin podem ajudar os jogadores a entenderem a importância da preservação do oceano e das culturas que dependem dele?
R: Imagine uma cultura conectada aos ciclos do oceano por gerações. Com o tempo, ela evolui em harmonia com o ambiente, contribuindo para o ecossistema em vez de sobrecarregá-lo.
Essas culturas aprendem os ritmos do mar e vivem em sintonia com ele. Jogos como Ecco ajudam a despertar essa consciência. Tudo que estreita a relação entre o ser humano e o oceano deve ser incentivado. A conexão emocional é o primeiro passo para a ação.
P: Como pioneiro da indústria dos games, qual você acha que é o papel da comunidade gamer na conscientização sobre questões globais, como a sustentabilidade ambiental e a proteção dos ecossistemas marinhos?
R: Com franqueza, acredito que os gamers têm, em média, um QI acima da média. Eles vivem imersos em sistemas complexos e tecnologia em tempo real, além de estarem altamente conectados socialmente.
A comunidade gamer é um ecossistema, assim como o oceano. Jogos como Ecco podem ser a ponte entre esses mundos. Uma das ideias centrais do jogo é compreender o oceano como um sistema biológico interligado — um equilíbrio delicado entre ciclos que se influenciam.
Acredito muito nos gamers, não só por tudo isso, mas porque há algo mais poderoso: o amor. O amor pelos jogos é algo que une as pessoas. E quando um jogo como Ecco toca esse sentimento, ele pode inspirar mudanças reais no mundo.
P: O que o futuro reserva para o golfinho mais querido dos videogames?
R: Eu e toda a equipe original vamos remasterizar os jogos Ecco the Dolphin e Ecco: The Tides of Time. E tem mais: vamos criar um terceiro jogo inédito, com jogabilidade moderna e foco no poder gráfico das GPUs atuais.
Fiquem ligados em eccothedolphin.com para mais novidades!
Fonte: Xbox Wire