
O universo dos detetives fictícios frequentemente oferece aventuras independentes protagonizadas por personagens recorrentes. Duck Detective: The Ghost of Glamping segue essa tradição ao trazer de volta Eugene McQuacklin, o pato detetive, em uma nova história repleta de humor, sátira e mistérios para resolver. Lançado para PS5 e PC, o jogo dá sequência direta a The Secret Salami, mantendo sua proposta leve e divertida.
O novo título combina investigação com uma pitada de comédia pastelão, tudo isso em um cenário inusitado: um glamping mal-assombrado. A jogabilidade simples e as piadas inteligentes garantem uma experiência agradável, mesmo para quem não jogou o primeiro game. Ao mesmo tempo, fãs de longa data notarão melhorias sutis e novos desafios.
O charme continua: Humor, mistério e deducktions
Duck Detective: The Ghost of Glamping apresenta uma trama que começa com o roubo de cadeiras em um acampamento de luxo. Embora o crime inicial pareça banal, ele rapidamente se transforma em algo muito maior, envolvendo chantagens, sequestros e até elementos sobrenaturais. O jogador deve entrevistar personagens, procurar pistas e preencher frases com as palavras certas no sistema de “deducktions”.
A estrutura do jogo lembra clássicos como Ace Attorney e Professor Layton, mas com um estilo próprio. A mecânica de investigação é simples e acessível, o que torna o progresso fluido e sem frustrações. Além disso, existe um sistema de dicas para os momentos em que a solução não está tão clara, permitindo seguir adiante sem atritos.
O destaque continua sendo o humor peculiar, com monólogos dramáticos dublados e tiradas inesperadas nas telas de carregamento. Cada personagem é carismático e bem escrito, contribuindo para uma atmosfera acolhedora e divertida. A estética estilo Paper Mario e a trilha sonora jazzística ajudam a reforçar a identidade leve e encantadora do jogo.
Novidades discretas, mas eficazes na sequência
Em termos de inovação, Duck Detective: The Ghost of Glamping não muda muito a fórmula original, mas introduz algumas melhorias. A principal adição é um novo personagem acompanhante, o jacaré Freddy, já conhecido dos jogadores anteriores. Ele participa ativamente das investigações, abrindo espaço para novos tipos de interações e enigmas.
Ainda assim, as mudanças são discretas. O jogo mantém a duração curta, cerca de duas horas, e as mecânicas seguem praticamente idênticas ao antecessor. Apesar disso, os puzzles parecem mais refinados, com enigmas ligeiramente mais elaborados e bem construídos. A experiência, portanto, permanece agradável, sem se tornar repetitiva.
Há, no entanto, uma sensação de oportunidade perdida. Com dois jogos semelhantes lançados em sequência, seria possível reunir ambos em um pacote mais robusto. Uma coletânea com múltiplos casos interligados por um arco narrativo maior permitiria aprofundar os personagens, especialmente Eugene, e oferecer uma experiência mais memorável.
Conclusão
Duck Detective: The Ghost of Glamping repete com competência a fórmula bem-sucedida do primeiro jogo. Com muito humor, visuais carismáticos e desafios acessíveis, a continuação se mantém fiel à proposta original, entregando uma aventura leve e divertida. Mesmo sem grandes inovações, o jogo oferece um mistério envolvente que agrada tanto novatos quanto fãs do pato detetive.
A série mostra potencial para crescer ainda mais. Se os desenvolvedores decidirem apostar em uma estrutura narrativa mais ambiciosa no futuro, Eugene McQuacklin pode alcançar o mesmo status icônico de outros detetives fictícios. Por enquanto, esta nova missão cumpre bem o seu papel: entreter e arrancar boas risadas.
A Comunidade Mega Drive recebeu uma chave para o review do jogo