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AILA: Análise da Demo do Jogo Brasileiro de Terror Futurista

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AILA é um jogo brasileiro de terror em desenvolvimento pela Pulsatrix Studios, mesmo estúdio responsável por Fobia – St. Dinfna Hotel. Em 2023, a empresa lançou uma campanha de financiamento coletivo que conquistou o apoio de 3.089 pessoas e arrecadou mais de R$ 370 mil. Como parte do progresso do projeto, uma demonstração jogável foi liberada durante a Gamescom Latam de 2025.


Este jogo coloca o jogador em um cenário futurista onde experiências aterrorizantes são criadas por uma inteligência artificial. A proposta narrativa combina tecnologia avançada com elementos de suspense, mergulhando o público em uma jornada sombria e imersiva. Apesar do potencial, a demo apresenta falhas técnicas que precisam ser abordadas para que o jogo atinja seu objetivo.

Com isso em mente, esta análise destaca os principais aspectos da demonstração disponível, desde o enredo até os desafios enfrentados durante a jogabilidade.

Enredo Promissor em um Futuro Distópico

AILA se passa em um universo futurista no qual empresas desenvolvem ambientes de realidade virtual para testar limites psicológicos por meio do medo. A trama gira em torno de um testador de jogos que precisa interagir com mundos criados por uma inteligência artificial avançada. Essa entidade adapta os cenários conforme os temores do usuário, proporcionando experiências personalizadas e inquietantes.

Esse conceito remete a estruturas narrativas vistas em séries como Jornada nas Estrelas, mais especificamente no Holodeck, onde simulações podem sair do controle. Com a possibilidade de uma IA controladora semelhante à GLaDOS, manipulando eventos e emoções do jogador. (Neste caso, estou tentando prever a possível narrativa por detrás do jogo).

Além disso, o jogo demonstra uma preocupação clara em criar tensão psicológica por meio de puzzles e ambientações desconfortáveis. Contudo, a execução ainda depende de ajustes técnicos e maior polimento visual, especialmente se pretende competir no mercado internacional.

Desempenho Gráfico e Problemas Técnicos

Apesar de utilizar a Unreal Engine 5, a demo de AILA apresenta problemas de otimização. Durante os testes, foram encontrados diversos bugs relacionados à resolução gráfica e desempenho. Por exemplo, ao ajustar a qualidade visual, a resolução do jogo retornava automaticamente para 1080p, mesmo quando configurada em 900p. Esse erro recorrente compromete a fluidez e torna a gravação de gameplay difícil em setups mais modestos.

Mesmo com hardware mediano — como um Ryzen 5 3400G combinado com uma RTX 3060 —, o jogo mostrou desempenho insatisfatório. O DLSS, mesmo ativado na opção “Qualidade”, não conseguiu garantir estabilidade, e recursos como Ray Tracing estavam indisponíveis. Isso compromete diretamente a experiência visual, essencial em jogos de terror que dependem da atmosfera para gerar tensão.

Além disso, dois travamentos críticos ocorreram durante a análise. Em ambos os casos, o jogo entrou em deadlock, impossibilitando o progresso. Esses erros indicam que certos pontos da demo não foram suficientemente testados, permitindo que o jogador avance para áreas sem as devidas condições de interação. Com isso, a imersão se rompe, prejudicando a avaliação da proposta como um todo.

Puzzles e Gameplay Ainda em Desenvolvimento

A estrutura de jogabilidade apresentada na demo de AILA inclui a resolução de quebra-cabeças e a exploração de ambiente claustrofóbico. Embora o foco esteja claramente em criar um ambiente de tensão e mistério, a demo não oferece uma amostra consistente dessas mecânicas. Isso ocorre, principalmente, pelos problemas técnicos que impedem a fluidez da experiência.

Durante os testes, a falta de feedback visual e a ausência de tutoriais prejudicaram o entendimento de alguns desafios. Em determinados momentos, era difícil discernir se a progressão dependia da resolução de um puzzle ou se o jogo estava travado devido a bugs. Essa falta de clareza impede uma análise justa do design dos enigmas.

Contudo, é importante observar que o projeto ainda se encontra em estágio inicial. Há indícios de que o jogo busca adotar uma abordagem similar a títulos consagrados do gênero, mesclando puzzles com tensão psicológica. Se os desenvolvedores conseguirem resolver os problemas atuais, o sistema de gameplay tem chances reais de se tornar envolvente e desafiador.

Conclusão

AILA demonstra um conceito intrigante e promissor dentro do gênero de terror psicológico com elementos futuristas. O enredo apresenta uma proposta criativa, utilizando uma inteligência artificial como condutor de experiências aterradoras. Combinando influências de ficção científica e jogos independentes consagrados, o título brasileiro se destaca pelo potencial narrativo.

No entanto, a demonstração liberada em 2025 ainda revela uma série de limitações técnicas. Problemas de desempenho, travamentos e configurações gráficas bloqueadas comprometem a experiência do jogador e levantam dúvidas sobre o estágio atual do desenvolvimento. Além disso, os puzzles e a estrutura de jogabilidade precisam de refinamento para garantir um engajamento consistente.

Se os desenvolvedores conseguirem corrigir esses obstáculos, AILA poderá se destacar entre os jogos brasileiros independentes e conquistar espaço na biblioteca de fãs de terror e ficção científica. Resta aguardar os próximos capítulos desse projeto que, apesar dos tropeços iniciais, merece atenção.

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