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Locadoras que ficam em nossos corações

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Uma coisa que eu gostaria muito de ter, de verdade, de coração, de fato, seria uma coletânea de fotos de todas as locadoras que eu frequentei. Infelizmente não tenho nenhuma e, por muito, tenho de me valer por lembranças falhadas das vivências que eu tive nestes templos do saber, de experiências marcantes e de mentiras ardilosas.

locadoras

Acredito que eu, assim como muitos outros milhares de brasileiros do nosso país, tiveram a sorte devida de frequentar as locadoras. Sejam aquelas que serviam apenas para locar fitas, onde algumas delas tinham aquela belíssima promoção de alugar três no final de semana e só entregar na segunda.

Outros tiveram o prazer de frequentar as locadoras que locavam o tempo, isto é, você ia lá com o seu rico dinheirinho (muitas vezes era a grana do lanche ou, até mesmo, do ônibus) e pagava para jogar os seus 10, 15, 20, 30 ou, quando estava esbanjador, 1 hora de jogatina, as vezes jogando sozinho, outras tantas vezes com amigos ou, até mesmo com desconhecidos.

Noutros momentos você não tem um real (ou cruzeiro, cruzado ou sei lá qual era a moeda vigente no seu tempo) no bolso e o que fazia? Ia para casa ficar chateado por não poder jogar? Não, nada disso, você ou tinha saído do colégio e foi direto para a locadora – deixando a mãe preocupada – ou saiu de casa e foi para a locadora – a progenitora puta de raiva que o moleque sequer faz o dever de casa e fica direto naquele lugar cheio de vagabundo. E não tem como jogar? Sem problema, podia ficar ali conversando com o pessoal sobre o que mais importava: Videogames.

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Locadora chique

E não era uma coisa de alguns minutos falando, as vezes eram horas e horas e horas e horas falando sobre videogame e quando percebera já estava de noite. Se a locadora ficasse perto de casa, certeza apareceria a mãe de alguém com uma chinela na mão para levar a criança para casa sob ameaça de levar uma chinelada na bunda – ou até mesmo uma cintada, se fosse o pai.

Ou a criança/adolescente se tocava do perigo que estava passando e corre para casa antes que fosse tarde demais, mas, por mais que prometesse que iria chegar mais cedo ou não ir na locadora nos próximos dias, era claro que a promessa era quebrada rapidamente.

Eu, sinceramente, não vou lembrar de quantas pessoas conheci frequentando as locadoras, tão pouco a quantidade imensa de jogos que deva ter jogado, indicado para o dono da locadora ou mentido sobre que iriam ser lançados para os amigos e colegas do recinto. Infelizmente não tenho memória de elefante ou fotográfica, mas gostaria de tê-la, para preservar ainda mais as locadoras que eu frequentei.

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A facilidade de tirar foto agora não tinha na minha época.

É uma pena que as facilidades que temos hoje em dia com a internet, redes sociais e máquinas fotográficas – agora embutidas nos celulares – não estivessem disponíveis à época, não tão somente nossas memórias vão nos escapando com o passar do tempo, mas a história da cultura gamer vai se desfocando pouco a pouco, pelo fato de muito do que passamos naqueles tempos serem apenas vagas lembranças orais.

Gostaria muito, por exemplo, de lembrar do nome do pessoal do parque itinerante que ia todos os anos para o meu interior e num dado ano, lá pelo idos de 1995, acredito eu, uma locadora itinerante foi montada e, nossa, como eu virei amigo rápido ali. Joguei de graça e até “troquei” jogo durante o tempo que o parque ficou por lá. Sem contar nos brinquedos que brinquei de graça por conta dessa amizade.

Sem contar as diversas outras vezes que joguei de graça, loquei jogos, até mesmo “trabalhei”, em tantas outras locadoras que vieram e se foram em minha vida. Não tenho fotos delas, mas todas elas continuam em meu coração.

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