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SEGA também pode ser malvada!

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Imagem: 1upBinge

A SEGA, a criadora de consoles como Master System e Mega Drive, nos dias atuais é celebrada como uma empresa que trabalha a favor dos fãs e dos consumidores, mas ela não é bem isso tudo o que pintam por aí.

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SEGA contrata fã para ajudar no Sonic Mania

Uma das grandes comemorações perante o que a SEGA já fez de bom para os eu público, foi a contratação do Christian Whitehead. Ele é o criador da Retro Engine e com ela criou um vídeo como prova de conceito de um Sonic-CD rodando num iPhone.

Após conseguir convencer a SEGA sobre o seu trabalho, ele acabou por lançar Sonic-CD, Sonic the Hedgehog 1 e Sonic the Hedgehog 2 para as plataformas modernas. Apesar de muitas tentativas, o Sonic 3 nunca foi lançado usando a engine dele.

Após mostrar todo o seu empenho e trabalho, a SEGA acabou por comissionar ele para trabalhar em Sonic Mania e, também, em Sonic Origins, um ponto positivo para empresa não é?

Streets of Rage Remake

Para quem não se lembra, em 2011, a SEGA foi atrás de um desenvolvedor espanhol conhecido como Bomber Link.

Ele passou cinco ou mais anos recriando o grande sucesso do Mega Drive. Streets of Rage estaria recebendo um remake bem merecido por um fã e a SEGA não gostou nadinha disso.

Imagem: Wired

O projeto Streets of Rage Remake, lançado gratuitamente no PC em abril de 2011, combinava os três jogos de luta em um único e monstruoso fan-game híbrido.

O jogo final contém mais de 100 fases, 19 pugilistas jogáveis, 64 inimigos e uma trilha sonora completa com 76 músicas remixadas por cinco músicos diferentes.

Mas apenas alguns dias após o arquivo ter sido lançado em vários sites de download e torrents pela web, a Sega agiu para reprimir seu lançamento e está tentando retirar o jogo. Seu primeiro alvo foi os próprios downloads de Link no fórum do jogo.

“A Sega entrou em contato comigo sobre o download hospedado neste site”, escreve Link. “Enquanto esse problema estiver sendo resolvido, por favor, não faça upload do jogo para que outros possam baixar. Quaisquer links postados neste site serão removidos.”

A resposta da SEGA

Em uma declaração enviada por e-mail ao Wired.co.uk, um porta-voz da Sega afirmou: “A Sega está comprometida em apoiar os fãs interessados em nossos jogos, envolvendo-os em testes Beta e outras oportunidades.”

“Porém, precisamos proteger nossos direitos de propriedade intelectual, o que pode resultar em solicitações para remover imagens, vídeos ou jogos online em alguns casos.”

Passar anos trabalhando em remakes e tie-ins feitos por fãs sempre é um negócio legalmente arriscado. Desenvolvedores do jogo online Pokémon, Pokenet, foram notificados pela Nintendo em 2010, e a editora acabou com o filme feito por fãs de Zelda, The Hero of Time, no ano anterior.

Algumas empresas são mais tolerantes do que outras. Não é surpresa que a Valve, editora de jogos para PC, tenha feito vista grossa para o Black Mesa Source, um remake do Half Life original na nova Engine Source.

Por outro lado

Sonic é um dos personagens mais frequentemente retratados em jogos feitos por fãs. Atualmente, listar todos os títulos baseados nos três jogos clássicos originais é como contar os grãos de areia de uma praia.

Por um lado, a SEGA bloqueou a distribuição de um jogo feito por uma grande equipe de fãs que alcançou sucesso estrondoso. Por outro lado, isso parece ocorrer mais frequentemente quando a empresa está prestes a lançar algo similar.

É suspeito que no final de abril de 2011, a SEGA tenha lançado Streets of Rage 2 para o iPhone, considerando as circunstâncias.

Aumento de preços no Steam

A Sega aumentou os preços de alguns de seus jogos na plataforma Steam em 2022, resultando em aumentos de até 170% no Brasil para muitos de seus títulos clássicos.

Outros países também foram afetados pelo aumento de preços. Na Turquia e na Argentina, por exemplo, jogos como Sonic Lost World tiveram aumentos de até 491% e Sonic & All-Stars Racing Transformed Collection teve um aumento de 477% na plataforma.

SEGA
imagem: GamePlaysCassi

No Brasil, jogos como NiGHTS into Dreams, Crazy Taxi, Space Channel 5: Part 2 e Jet Set Radio, todos da época do Dreamcast, custavam R$ 15,99 e agora estão sendo vendidos por R$ 42,90.

E tome uma Cease and Desist

A arte mais recente da SEGA envolveu o jogo Golden Axe Returns, criado por Zvitor, o site Game Jolt, onde o título estava hospedado e a SEGA. Como vocês podem observar abaixo.

SEGA
Imagem: Twitter @zvitor

O interessante que no site existe trocentos jogos do Sonic, alguns Streets of Rage, alguns Golden Axe, mas foi este Golden Axe Returns que a SEGA foi atrás. Aqui tem de ver a questão que a SEGA está preparando um novo título da franquia.

Será que ela está fazendo o mesmo movimento quando saiu o Streets of Rage Remake? Talvez requereu a retirada do Golden Axe Returns por conta do próprio jogo que estão criando e não querem dividir os holofotes?

De uma forma ou de outra, a SEGA é uma empresa como outra qualquer. Por um lado, ela pode estar sendo bem liberal com os emuladores que saem para os seus sistemas antigos.

Assim como ser relaxada quanto aos muitos jogos do Sonic e outros dos seus títulos que foram lançados em tempos idos. E podem dar uma de Nintendo para proteger suas IPs, sendo que juridicamente ela não está errada.

Trabalhar com IP de terceiros é uma arapuca

Trabalhar com IPs (propriedade intelectual) de empresas como Sega, Nintendo e Capcom pode resultar em uma série de problemas jurídicos, pois qualquer uso não autorizado pode levar a ações legais.

O uso não autorizado de elementos protegidos por direitos autorais pode resultar em processos judiciais por violação de direitos autorais e marcas registradas, com possíveis multas e retirada do produto do mercado.

Mesmo com licenças, é crucial seguir rigorosamente os termos do contrato para evitar rescisões e processos judiciais. A princípio, trabalhar com IPs consolidadas pode gerar atenção, mas persistir pode ser um erro fatal.

Mas se, ainda assim, você quer trabalhar em cima de alguma IP de qualquer uma dessas empresas, eu só lhe desejo boa sorte e esperança que nenhuma Nintendo, SEGA, Sony, Capcom, Konami, Square-Enix, mande a carta que o Vitor recebeu.

Agora, estas empresas estão erradas em irem atrás dos desenvolvedores que mexem com as suas IPs? Claro que não, mas, algumas vezes, as formas que eles “caçam” os fãs ou as pessoas que se envolvem nestas questões, por vezes, até parece exagerado demais.

No fim, tome cuidado ao se envolver em desenvolvimento de jogo que tenha IPs de empresas envolvidas.

Fontes: Wired, Twitter, Adrenaline.

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