While the Iron’s Hot é um daqueles jogos indies que proporcionam satisfação imediata durante a jogatina. Poderia terminar a análise por aqui e já seria suficiente, mas este é um dos títulos satisfatórios que merecem ser devidamente elogiados.
É interessante observar que a empresa por trás da publicação deste título, a Humble Games, tem feito escolhas acertadas ao trazer indies para o mercado. Jogos como Slay the Spire, Forager, Ikenfell, The Wild at Heart, Moonscars, The Iron Oath, Prodeus, Coral Island e Stray Dogs foram apostas certeiras dela, e “While the Iron’s Hot” é mais um jogo que se destaca em sua biblioteca.
Este título foi desenvolvido pela Bontemps Games e, ao que parece, é o primeiro jogo do estúdio. E posso afirmar que está quase perfeito, com poucos defeitos.
Um pouco da história
Na trama, os jogadores assumem o papel de um aprendiz de ferreiro em uma jornada para se tornar um mestre. Eles forjam, fundem e combinam peças de metal para desenvolver suas habilidades e descobrir novos itens requintados.
Exploram uma ilha repleta de recursos, tesouros, quebra-cabeças e outros artesãos, cada um com seus objetivos e designs únicos. A missão é reconstruir as ruínas da vila abandonada dos ferreiros de Ellian, restaurando sua antiga glória e ampliando suas habilidades de artesanato até alcançar o status de verdadeiro mestre ferreiro.
Até o momento em que este review foi escrito, a história ainda não estava completamente revelada, mas é notavelmente envolvente. Os detalhes sobre o lugar e seu passado são gradualmente desvendados por meio dos personagens e cartas encontrados ao longo do jogo.
Acerte o ferro direito!
A jogabilidade de While the Iron’s Hot é simples e repleta de minigames. Como ferreiro, sua tarefa principal é criar peças conforme as demandas dos NPCs com suas quests ou para progredir pelo mapa de Ellian.
Se você já jogou títulos que envolvem produção de itens, como Minecraft, Terraria ou Don’t Starve, ficará aliviado em saber que há uma lista de receitas disponível no canto direito da tela, facilitando a fabricação dos itens. É realmente frustrante tentar lembrar de todas as fórmulas necessárias para criar cada item, como X, Y ou Z.
Inicialmente, essa mecânica pode não parecer divertida, especialmente quando se começa produzindo apenas um item por vez. No entanto, à medida que o jogador avança, torna-se possível criar vários itens simultaneamente, o que reduz essa dificuldade.
Quando me deparei com a necessidade de melhorar a casa do personagem e percebi que eram necessárias várias peças, com cada uma demandando pelo menos uns 20 minutos para ser produzida, quase desisti do jogo. Contudo, por ser alguém mais atento aos detalhes, acabei descobrindo por acaso que ao fazer um upgrade na casa de ferragens do jogo, a produção das peças pode ser aumentada consideravelmente, permitindo a fabricação de mais de uma peça por vez.
Tire as nuvinhas do caminho!
Sendo uma mistura de RPG e aventura, o jogador não ficará parado num só lugar fazendo as peças que os NPCs requerem. A exploração é outro ponto chave do título! E aqui, ele me lembrou um pouco de Sid Meier’s Civilization V, onde as nuvens encobrem o mapa e o jogador precisa explorar o mundo para descobrir o que está ao redor.
O mapa do jogo é bastante simples e fácil de se familiarizar, pelo menos inicialmente. Enquanto se desloca pelo mapa, o jogador vai perdendo pontos de energia, uma mecânica do jogo que não é uma penalidade, mas sim um limite de tempo que o personagem pode permanecer acordado e realizar ações durante esse período.
É nesse mapa e nas dungeons que existem nele que é possível coletar parte dos materiais usados para produzir os itens, utilizando as ferramentas que o personagem carrega ao longo do jogo.
Em determinado momento, quando for necessário percorrer distâncias maiores, o jogador poderá viajar pelo mapa com uma carroça e acampar sem precisar retornar ao ponto de origem.
Ao som do martelo e dos passarinhos da ilha
A trilha sonora do jogo é algo muito agradável de se ouvir. Cada ambiente possui uma música bem elaborada, e ela consegue ser animada o suficiente para manter o jogador motivado.
Quanto aos efeitos sonoros, eles se alinham bem ao estilo do jogo em questão. No geral, não há algo particularmente memorável que se destaque em relação a outros títulos nesse aspecto, mas mesmo assim, eles desempenham um papel consistente dentro do contexto do jogo.
A arte pixelada
Foi uma surpresa bem interessante. Estava esperando um jogo 2D, mas com aquelas animações mais cartunescas e, de repente, me vejo num mundo 2D de uma ponta a outra.
O mundo, os personagens, tudo foi feito de uma forma muito bem trabalhada e que, no final, casa muito bem com o mundo construído Bontemps Games para o jogo. O mapa está bem estruturado graficamente e, para quem é fã de pixelart, vai se deleitar com o que é mostrado no jogo.
Entretanto, apesar do belo trabalho da desenvolvedora nesta questão, a pixelart no estilo adotado tem os seus problemas e limitações. Os personagens NPC’s são pouco memoráveis, o que acaba sendo relativamente ruim – mesmo com a ajuda do jogo – na hora de identificar quem é quem na entrega de itens.
Conclusão
While the Iron’s Hot é uma grata surpresa para o fim de ano, período em que muitos títulos são lançados, mas poucos se destacam. A Humble Games fez uma excelente escolha ao publicar este jogo da Bontemps Games.
O título se encontra na Humble Bundle Store, Steam, Nintendo Switch, PlayStation e XBoX, com lançamento previsto para o dia 5/12/2023.
A Comunidade Mega Drive recebeu uma chave para testar o jogo antes do lançamento do mesmo no Steam.
